Imagine uma sala que imita um vagão londrino. Assim é a barbearia de Willy Morales, que tem cadeiras de couro e madeira originais, ladrilhos hidráulicos, guitarra, pôsteres de lendas do rock e dos tipos de cortes, além de chapéus e boinas. Inaugurada em 2011, tem a proposta de resgatar o passado. “Não poderia ser diferente, porque nasci como profissional dentro de uma”, conta Willy Morales, que é embaixador do congresso Barber Week, que será realizado em junho pela CABELOS&CIA, Morais Mascarenhas e Fire Assessoria em Eventos.
Instalada dentro de um salão de beleza, a barbearia Vintage Club tem profissionais com pelo menos dez anos de experiência na bagagem. “Eu amo o clássico e destaco sempre que o cliente não quer ver só técnica. Atendemos crianças, mulheres e homens de diferentes profissões e ideologias, e isso exige versatilidade e talento”, comenta Willy Morales, que também é coordenador artístico. “Os procedimentos são personalizados, porém, o ritual é padronizado, seguindo a tradição mundial, com nosso toque, é claro”, afirma.
O primeiro cuidado que os profissionais têm ao iniciar um dia de trabalho é preparar a bancada, com esterilização prévia das ferramentas. “A aromatização das toalhas é primordial para a estimulação sensorial. Outro ponto importante é o posicionamento do barbeiro, que deve estar sempre ereto e elegante, barbeando com movimentos suaves e precisos”, ressalta. O serviço começa com a colocação do cliente confortavelmente na cadeira e a preparação da pele com espuma aquecida misturada ao óleo. Na sequência, é aplicada a toalha, dobrada de forma padrão sobre o rosto, deixando apenas o nariz para fora. “O tempo varia de acordo com a necessidade e espessura do fio”, acrescenta.
Aos 8 anos de idade, Willy Morales já trabalhava engraxando sapatos e limpando o chão de uma barbearia no centro de Sorocaba. “Mas nunca tirava os olhos das navalhas daqueles senhores que, com seus 60 anos, traziam a técnica vinda dos anos 1930. Com o tempo, passou a praticar cortando seus próprios cabelos. O estilo com desenhos feitos com lâminas agradou aos amigos da escola, que se tornaram seus primeiros fregueses. Aos 18 anos, Willy passou a atuar como barbeiro. “Quando fui para a Inglaterra, agendei um horário com o Mr. Ducktail e, enquanto ele trabalhava, a gente conversava. Foi um dos workshops mais fantásticos que já fiz”, recorda.
Texto: Kátia Deutner
Fotos: Divulgação e Shutterstock