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Um estudo do Sebrae revela: meninas e meninos estão indo aos estabelecimentos de beleza cada vez mais cedo, porém, esse público esperto ama espaços criados só para eles, diferentes do ambiente dos adultos. Com apenas 6 anos de idade, Estevão Schoenfeld faz questão de ser atendido pela tia Alê, do Corte Kids, em São Paulo, especializada em atendimento infantil (fotos na página ao lado). Ela cuida do cabelo do pequeno desde quando ele era um bebê. Além da paciência da profissional, o menino adora o lugar alegre e divertido, com direito a videogame e pirulito.

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Como acontece com as barbearias, apostar na segmentação do mercado e no atendimento especializado pode ser um chamariz para os lucros. “Percebi que um espaço próprio para esse público, com profissionais treinados, seria um diferencial importante, além de tornar a hora do corte de cabelo mais segura e divertida”, afirma Alexandre Finozzi, cabeleireiro e fundador do Corte Kids. Para atender essa clientela fofa, o empresário investiu em uma decoração lúdica, com cadeiras especiais e artifícios como brinquedos, livros, telas passando os desenhos animados que a garotada adora e bancadas equipadas com videogames. Tudo na medida certa para garantir que a galerinha fique mais tranquila na hora do serviço.

DIVERSÃO NA MEDIDA

Mesmo que seu estabelecimento não seja exclusivo para a meninada, dispor de capas divertidas e joguinhos é uma boa maneira de manter o cliente mirim distraído na hora do corte. “Essas artimanhas hipnotizam tanto as crianças que elas até se esquecem da tesoura”, salienta Helô Bassi, cabeleireira que comanda o salão que leva seu nome em São Paulo.

A profissional ainda oferece bonecos e livrinhos para atender melhor a garotada que vem junto com a mãe. Já o método da Barbearia Tradicional, de Santa Catarina, para atrair os pequenos de até 5 anos é ter desenhos na TV, oferecer biscoitos caseiros em formato de bigode e atendê-los em uma cadeirinha de barbeiro vintage. Para Caio Murilo, esses agrados fazem a maioria se comportar muito bem. Além do ambiente planejado e dos mimos, a grande sacada para esse público está no atendimento. “As crianças de hoje são muito inteligentes e por isso não podem ser subestimadas, o que exige do profissional muito jogo de cintura, paciência e técnica”, assegura Helô Bassi.

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Para garantir a excelência, todo profissional contratado para trabalhar no Corte Kids, mesmo com muita experiência, passa por um rigoroso treinamento de habilidades com materiais, segurança com tesouras, higiene, postura e atendimento ao cliente, além de uma adaptação ao ambiente infantil. “Ele começa atendendo crianças de 10 anos e, conforme ganha prática, passa para os menores até chegar aos bebês, que demandam bastante experiência”, explica Alexandre Finozzi.

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DE 0 A 2 ANOS
O principal cuidado é a proteção dos pequenos, especialmente em relação à pele superdelicada. “O trabalho é realizado, geralmente, no colo dos pais ou com o bebê dormindo”, explica Alexandre Finozzi. Nessa fase, o serviço é aparar e igualar os fios, já que é comum haver algumas falhas naturais de crescimento.

DE 2 A 5 ANOS
Agora, a atenção deve ser redobrada com os movimentos dos pequenos, pois eles querem brincar e podem fazer gestos bruscos na hora do corte, o que pode ocasionar erros e até acidentes. “O atendimento deve ser de, no máximo, 10 a 20 minutos. Acima desse tempo, a criança fica cansada e pede para sair da cadeira”, ensina o especialista.

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DE 6 A 12 ANOS
Nessa faixa etária, eles já se interessam pelo modelo do corte ou penteado e chegam ao salão, muitas vezes, com uma foto de referência de algum artista, jogador de futebol, cantor. Atualmente, cabelos bem engomados com fade nas laterais, undercut e moicanos feitos à navalha são os mais pedidos pelos meninos na Barbearia Tradicional. “Eles gostam dos looks do Neymar e do cantor pop Justin Bieber”, diz Caio Murilo. Já os haircuts repicados, o clássico chanel e os penteados com fitas coloridas são sucesso garantido entre as meninas que frequentam o Corte Kids, nas fotos ao lado. Elas se inspiram na atriz Larissa Manoela e em cantoras como Katy Perry. Por isso, acompanhar as tendências também é fundamental.

Dicas de ouro
Alexandre Finozzi, da Barbearia Tradicional, que tem 10 anos de experiência atendendo só o público infantil, ensina:

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Eles normalmente sentem aflição quando alguém toca áreas sensíveis como orelha, nuca e ao redor dos olhos. Alguns, por reação ao desconhecido, ficam assustados e choram de medo. Esse comportamento é mais comum de 1 a 2 anos de idade, mas tende a passar com o hábito de cortar o cabelo constantemente com o mesmo profissional.

Durante o corte, recomende aos adultos não mudarem a criança o tempo todo de lugar e jamais retirarem a capa, que serve tanto para a higiene quanto para a segurança do pequeno.

O cabeleireiro, por sua vez, deve conscientizar a mãe e o pai sobre a importância de um trabalho contínuo para que o profissional e a criança desenvolvam uma relação de confiança e a ida ao salão deixe de ser uma tortura e se torne uma diversão, como acontece com o menino Estevão, citado no começo desta reportagem.

 

Texto: Patrícia Kishimoto (edição de web: Patricia Santos)
Fotos: Divulgação.

 

 

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