Segurança das Colorações

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Érica Ortiz é química especialista em desenvolvimento de Cosméticos capilares e Terapeuta Capilar.

Colorir os cabelos é um costume que vem da antiguidade, arqueólogos já encontraram múmias egípcias de mais de 4000 anos com hena,  um corante natural que é utilizado desde a antiguidade e em  constante uso  na atualidade.

Temos muitas opções para colorir cabelos, desde produtos com pouca durabilidade como máscaras e produtos de pigmentação direta até os produtos permanentes que são o caso dos corantes oxidativos, produtos naturais, sintéticos e mesmo os produtos mistos. O fato é que  mais de 25% da população utiliza algum tipo de coloração. Desse público, 85% são mulheres.

Mas será que esses produtos são mesmo seguros?

Uma pesquisa da universidade de Helsinque (https://www.helsinki.fi/en/faculty-medicine/research/disciplines/department-oncology ) analisou dados de mais de 6.000 mulheres com câncer de mama e mais de 21.000 mulheres sem a doença,  cruzou as informações e constatou que entre as que coloriam o cabelo o risco era aumentado em 23% de desenvolver um tumor. 

A coordenadora da pesquisa Sanna Heikkinen ( https://fi.linkedin.com/in/sannaheikkinen)  diz que uma das hipóteses para isso está no uso de p- fenilenodiamina  o  PPD que quando contaminado por alguma substância como o 4- aminobifenil o (4 ABP)  intensifica o risco  de desenvolver tumores,  pois há indícios que o mesmo causa mutações no genoma humano além de interferir em questões hormonais. Essa contaminação pode acontecer durante o processo de produção das colorações que utilizam PPD. A agência Internacional de pesquisa em câncer (https://www.iarc.who.int/)  já reconheceu tais ativos como carcinogênicos. Achados como esse da pesquisa referida servem para que as indústrias de cosméticos possam se atualizar e aperfeiçoar seus métodos de produção e também ajudam o consumidor a buscar por alternativas que preservem sua saúde, principalmente quando já se tem pré disposição genética para a doença ou em casos em que o histórico genético familiar  pré existente favorecem o risco desse desenvolvimento.

Graças à tecnologia já deixamos de lado substâncias mais tóxicas, ainda assim o PPD é apontado como principal responsável por problemas imediatos como alergias e dermatite de contato. A região do couro cabeludo tem muitos vasinhos e por ser bastante vascularizada uma pequena ferida já pode servir para ampliar a absorção dos compostos alérgenos.

É bom então o profissional redobrar os cuidados com a avaliação e ficha de anamnese, enquanto a cliente deve estar sempre atenta à saúde de uma forma geral, além de ambos priorizarem nesses casos produtos menos nocivos à saúde, como os tonalizantes hipoalergênicos que são livres de PPD. Ou ainda utilizarem produtos naturais como a hena e o índigo,  por exemplo, que vêm aumentando seu índice de utilização principalmente no pós pandemia.

Érica Ortiz é química especialista em desenvolvimento de Cosméticos capilares e Terapeuta Capilar.

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