Anderson Couto: cabeleireiro por acaso

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Ele é o responsável pelas madeixas das principais celebridades da TV Globo: Letícia Spiller, Giovanna Ewbank, Giovanna Antonelli, Nanda Costa e Débora Seco são alguns nomes que têm preferência pelo trabalho de Anderson Couto.

Natural da baixada Fluminense, Nova Iguaçu (RJ), o profissional começou a carreira aos 17 anos sem muita pretensão. “Eu nunca quis fazer faculdade. Meu objetivo era entrar para o exército. Quando fui dispensado, não sabia mais o que fazer da minha vida”, conta. Por coincidência, ou destino, Anderson pediu emprego na barbearia do tio dele, já que precisava do dinheiro para se manter, e lá aprendeu a fazer cortes masculinos. Após seis meses de experiência no local, ele resolveu montar o próprio salão, porém o resultado não foi tão satisfatório e Anderson não obteve o retorno que imaginava. Foi então que desistiu de empreender naquele momento e voltou a ser funcionário, mas, desta vez, em um salão na Zona Sul do Rio de Janeiro. A função do profissional era de barbeiro, mas toda vez que sobrava um tempo livre, ele pedia para suas colegas de trabalho algumas dicas de cortes femininos e ajudava com os cabelos das clientes sempre que podia. “Foi uma época complicada porque ganhava R$ 800 e gastava R$ 400 só de transporte (ida e volta), mas também foi um período de muito aprendizado”, afirma Anderson.

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Apesar da dificuldade, determinação nunca faltou na vida dele. Depois de descobrir a paixão pela profissão, o objetivo era aprimorar as técnicas e ter uma carreira sólida e de sucesso. “O que queria era atender mulheres. Assistia novelas para ver as tendências e depois pedia para as minhas colegas de trabalho me ajudarem a reproduzir o cabelo das atrizes que apareciam na dramaturgia. Aproveitava também o longo caminho para casa e estudava no ônibus”, explica.

Todo o esforço valeu a pena. Anderson se aperfeiçoou e de lá para cá sua trajetória ficou cada vez mais rica. Hoje, com 19 anos de profissão, ele atende nos salões Majestic e Espaço Gioh. Além disso, é o nome mais compartilhado entre as famosas do Rio de Janeiro.

Como foi atender sua primeira famosa?

A primeira celebridade que eu atendi foi a Letícia Spiller, que é uma pessoa generosa e muito humilde. Tudo aconteceu de um jeito bem natural. Eu trabalhava em um salão pequeno em Copacabana e ela ligou, marcou um horário e foi lá como qualquer outra cliente. Quando chegou eu fiquei apavorado, pois nunca tinha estado perto de nenhuma famosa. Mas assim que sentou na cadeira, ela me deixou bem a vontade e pediu para eu clarear somente as pontas do cabelo, pois iria colocar mega para um personagem.

Fiz um loiro, dei uma repicada e ela foi embora porque tinha um teste de figurino logo em seguida. Quando ela chegou no Projac, o Fernando Torquatto, que era o responsável pela caracterização, não quis mais colocar o megahair nela. Ele falou que o cabelo estava perfeito.

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Foi aí que ficou conhecido na Globo?

Sim, como o cabelo foi o mais pedido da emissora, acabei conhecendo o Torquato, fiz matérias para o programa Video Show e, por consequência, conquistei outras clientes.

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Como você se tornou uma referência?

As celebridades chegam até você de um jeito natural mesmo, pelo seu trabalho. Eu nunca fui atrás delas, mas é claro que trabalhar no Rio de Janeiro ou São Paulo facilita muito essa busca das famosas. Para quem é de cidade pequena é mais difícil. Outra dica é fazer um cabelo bonito e chamativo. As pessoas precisam olhar para o seu trabalho e querer saber quem fez.

Como é o seu dia a dia? 

Minha rotina é basicamente o meu trabalho. Eu penso nisso o tempo inteiro. Às vezes até sonho com cores e cortes, e aí, já acordo e anoto tudo. Eu respiro cabelo 24 horas por dia. Não tem jeito: para você ser diferente, precisa trabalhar mais e se destacar na profissão de alguma maneira.

O que um profissional precisa ter para ser completo?

Talento, determinação e disciplina. Acho que essas três coisas determinam o sucesso porque eu conheço um monte de cabeleireiro que é bom e não consegue dar certo por não ter disciplina.

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Qual a grande dificuldade do setor?

A principal dificuldade hoje são os cursos, que, na minha opinião, são muito fracos para formar os profissionais de beleza no Brasil. Eu entrevisto muita gente no meu salão que diz que é  formado e não sabe nem fazer uma escova.

Para você, quais são os profissionais considerados referências aqui no Brasil?

A minha referência é, sem dúvida, o Romeu Felipe. Ele é um profissional completo em todos os sentidos. Técnica boa, cabelo bonito e rede social bem-feita.

Você já chegou no auge da profissão. Sente que ainda falta algo para conquistar?

Conquistei até mais do que eu esperava. Como gosto muito de desafios, o próximo passo é montar um curso autoral. Quero elaborar aulas com técnicas minhas. Uma coisa muito mais artesanal e simples. Acho que quando os desafios acabam, a vida perde a graça.

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Fotos: Reprodução/Instagram 

 

 

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