Cabelos cacheados pedem corte, cor e cuidados especiais

Le Beige: a cor do verão by Wella Professionals
13 de outubro de 2017
isabella santoni
Isabella Santoni muda o visual e fica ruiva. Veja como foi feito
16 de outubro de 2017
Exibir tudo
cabelos cacheados

Para executar um bom corte, é preciso se especializar e adequar os conhecimentos adquiridos ao seu estilo. “Como os cabelos cacheados se alongam quando molhados, muitas vezes o profissional acaba cortando mais do que o necessário. Isso só é percebido quando os fios secam e as ondas se retraem. E o que parecia ser pouco, faz muita diferença no comprimento”, comenta Denis Cunha, coordenador de produto da Aneethun Profissional.

“É um fio muito fino e com particularidades. A minha dica é que nunca deve ser cortado molhado. Assim há surpresas no retorno da fibra ao seu formato original”, concorda Robson Trindade, do Red Team. Ele também desaconselha o uso de navalha ou tesoura para desfiar neste tipo de cabelo.

“Isso deixa o cacho feio, com frizz e as pontas não o fecham. O ideal é prender os fios e cortar uma camada por vez, conectando uma com a outra. Até pode ser feito um repicado, mas não desfiado. As camadas sobrepostas, com mechas cortadas de forma reta, permitem uma finalização ideal”, completa.

E se durante muito tempo acreditou-se que franja não combina com cachos, desfiles e editoriais de moda das últimas temporadas têm mostrado que pode, sim! Estrelas como Juliana Paes e Taylor Swift já mostraram madeixas onduladas mais curtas, com franja e lindas! O look que remete aos anos 1980 pede análise do rosto para não evidenciar ainda mais traços de menos destaque. Ou seja, a moldura tem que favorecer o rosto.

Quanto ao comprimento, dá para trabalhar com todos os eles. Para os mais curtos, vale um Chanel mais diagonal. O ideal é que seja com nuca batida e com camadas enviesadas na parte de trás em direção à frente. As pontas devem estar na altura do queixo para trazer leveza e modernidade. O Chanel que forma um triângulo invertido é um look anos 1970 ideal para quem tem cachos mais fechados. O interessante aqui é retirar o volume da base, próximo ao pescoço, e manter no topo.

Já os médios, aceitam bem um leve degradê na parte frontal; assimétrico em camadas, com uma franja na altura do nariz e degradê até às pontas. Nos longos, o clássico, mas com leves camadas nas pontas ajuda a criar volume no comprimento. Para cachos mais fechados, o formato levemente arredondado, com camadas longas e simétricas, ganham suavidade com um desfiado da altura do queixo às pontas.

CACHOS COLORIDOS

Em relação à cor, use produtos (colorações e descolorantes) com ativos de nutrição para amenizar o ressecamento. Afinal, a fibra já é frágil. “Um erro comum é desembaraçar na hora de aplicar a química. O ideal é que esse processo seja feito no dia anterior pelo profissional ou pela própria cliente. Assim, consegue-se agilizar a montagem e controle do tempo, evitando que as mechas fiquem com tons diferentes.

Também não é recomendado puxar mechas cravadas na raiz. Quando feitas desta forma, o cabelo fica extremamente marcado. Considerar três dedos de distância do couro cabeludo garante um acabamento mais moderno e sutil”, orienta Denis Cunha. O respeito ao tom de pele e tipo de cacho é muito importante aqui, segundo Robson Trindade.

A ideia é que a cor valorize o movimento e textura de cada cabelo. O formato espiralado já causa um efeito de jogo de cores, com sombra e luz. Os muito crespos, por exemplo, por serem mais fechados, podem trazer um resultado estranho. Quando as pontas são bem descoloridas, ao secar, chegam a ficar extremamente loiro por cima e escuro por baixo. Lembrando ainda, que, como costumam ser muito finos, a espessura e integridade dos fios devem ser avaliadas antes da descoloração. Isso para não os enfraquecer ainda mais.

CUIDADOS EXTRAS

Por serem mais secos, os cabelos cacheados devem ser lavados com menor frequência e com produtos específicos. “Para os muito ressecados, o ideal é optar por substâncias de limpeza bem suaves como as da técnica Low Poo. Nesses casos, a sugestão é higienizar uma vez por semana com xampu antirresíduos. Quanto à temperatura da água, deixe de morna para fria. Isso ajuda a preservar a integridade da cutícula, favorecendo o brilho e evitando ainda mais ressecamento. Vale orientar a cliente ainda, sobre o uso de leave-in repetidas vezes. O hábito gera um aumento significativo no depósito de carga de eletricidade dos fios, deixando-os mais difíceis de pentear. Também oriente a evitar escovações excessivas e pentes de material madeira”, ensina a dermatologista Ariane Paula Souza.

Os movimentos durante a lavagem também fazem a diferença para os cabelos cacheados. Eles devem ser suaves e já modelando os cachos, para distribuir bem o produto. O ideal é que o cosmético tenha alto poder de hidratação e nutrição, como os enriquecidos com óleos vegetais. Na hora de secar, faça naturalmente. Se não for possível, a opção deve ser pelo uso do difusor. “Um bom modelador ou fixador de cachos ajudam na definição, além de deixar os fios mais macios e com brilho. Após aplicação do finalizador, deve-se amassar o cabelo, com movimentos de baixo para cima, para formar os cachos”, orienta Denis. O cuidado com o secador se deve pela rápida desidratação da fibra, fazendo com que a água no seu interior ferva.

De acordo com a dermatologista, isso gera bolhas na superfície, que deixam cicatrizes arredondadas na cutícula. Robson também lembra do redutor de umidade, um equipamento que faz com que o calor vá em direção ao cabelo. Mas o vento é liberado para trás, o que ajuda a evitar fios arrepiados. E, na hora de desembaraçar, a melhor ferramenta são os dedos ou pente de dentes largos ou do tipo garfo. “O que faz diferença é não pegar uma mecha muito cheia, pois esta fibra rompe com facilidade, principalmente molhada. O ideal é separar em partes mais finas e ir desembaraçando aos poucos, de baixo para cima”, sugere Denis Cunha.

Segundo Robson Trindade, cabelo embaraçado quer dizer que ainda está com resíduos. A dica é retirar o excesso de produto com papel toalha. Quando tocá-lo e sentir que está bem macio, aí é o momento de finalizar. A escolha de produtos com ativos hidratantes ajuda a devolver vitalidade, brilho e sedosidade. Prefira os como óleos, manteigas e ceras vegetais e fortalecedores como proteínas e aminoácidos. O uso de máscaras com estas características também colabora com a reposição lipídica e de proteção à fibra.

DE VOLTA AOS CACHOS

Ok, os cabelos cacheados estão em alta e quem vem alisando há algum tempo deseja voltar à textura natural? Qual o melhor caminho? Afinal, cabelo cresce, mas leva um tempo e este período de transição incomoda bastante. “Para esta fase, modeladores e difusor ajuda a disfarçar a diferença de textura da raiz para meio e pontas. Porém, essa é uma solução que melhora, mas não resolve. Para quem não tem medo de ousar e optar por um cabelo mais curto, o Big Chop é, sem dúvida, uma solução”, opina Denis Cunha. O estilo do corte retira toda parte quimicamente processada dos fios. Mas, como nem todas as clientes estão dispostas a abrir mão do comprimento já surge no mercado a expressão desprogressivação. Ou seja, o desejo de eliminar a parte alisada sem corte já é um desafio para laboratórios da indústria cosmética. E alguns profissionais, como Robson Trindade, são simpatizantes da ideia. Há ainda, a opção de realizar uma permanente suave na parte alisada, em fios que foram processados com amônia. O que é vetado para os que receberam hidróxidos pela incompatibilidade das químicas.

 

Texto: Françoise Gregório (CABELOS&CIA BC)

Fotos: Shutterstock

Os comentários estão encerrados.