O mapa da mina dos cuidados pós-alisamento

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Apesar da qualidade dos produtos usados nas técnicas de alisamento, mudar a forma da haste capilar exige alterar a sua base interna. “O que acontece é uma mudança em sua estrutura. O pH do cosmético, bastante alcalino, atua nas ligações de enxofre, quebrando as moléculas e modificando o formato natural”, explica Tais Felix, química da Felithi.

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De acordo com ela, o processo de alinhamento requer cuidado. “Para um resultado bacana, o profissional deve fazer um diagnóstico preciso antes de realizar o procedimento”, argumenta. Essa avaliação é fundamental para detectar a qualidade da fibra que, se não estiver satisfatória, poderá sofrer danos. “A ação dos alisantes gera uma perda de matéria e isso pode proporcionar quebra causada por seu afinamento”, avisa Michael Ribeiro, hairstylist e visagista do Homa Elite Salon (SP). Ainda que a análise seja satisfatória e o serviço bem realizado, será necessário redobrar a atenção com a cabeleira. “As técnicas tradicionais tendem a ressecá-la, ao contrário das temporárias, cujo efeito pode ser a oleosidade.

Em ambos ocorre perda de água, sendo interessante fazer reconstrução à base de queratina, cisteína e sericina e aminoácidos”, recomenda Gisele Quintino, técnica máster da Truss. Michael Ribeiro concorda e indica cauterizações para fortalecer os fios depois do procedimento. Domenica Teixeira, profissional do Corsica Studio (SP), complementa: “Todo alisamento modifica a estrutura do cabelo, seja ele realizado com tioglicolato de amônio, guanidina, ácido láctico entre outros. Por isso, é fundamental devolver aminoácidos, proteínas e queratina, além da umectação”, defende. Apesar de cada caso necessitar de uma análise individual, em geral, o fio pede cuidados intensos no salão e em casa.

Veja, a seguir, as indicações para que a cliente permaneça satisfeita com o resultado.

NO SALÃO

DEPOIS DE 15 DIAS
“Recomendo que, na data do procedimento, já seja feita uma hidratação antes da neutralização. E após duas semanas, uma reconstrução à base de queratina e aminoácidos”, fala Gisele Quintino.

DEPOIS DE 3O DIAS
“Indico fazer cauterização logo após o processo com refação em um mês no salão. Isso permite ao produto de uso doméstico, indicado pelo profissional, ter melhor desempenho”, constata Michael Ribeiro. Alguns cabeleireiros, como Daniel Cintra, optam por tratamento com linha específica para quebra à base de óleos essenciais, aminoácidos e queratina hidrolisada. “As fibras são reparadas e ficam mais resistentes e macias”, justifica.

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DEPOIS DE 45 DIAS
“É hora de reconstruir a fibra com queratina e aminoácidos, mantendo o fio íntegro até o retoque”, avisa Gisele Quintino. Caso o cabelo esteja saudável, uma boa hidratação, para resgatar a leveza, maciez e elasticidade do fio, evitando que ele quebre no momento de desembaraçar, pode ser suficiente nesse caso, com máscara com proteínas e óleos essenciais.

EM CASA

NO DIA
“Não faça nada, pois os fios acabaram de passar pelo processo. Não lave nem aplique qualquer tipo de produto”, alerta Daniel Cintra. Gisele Quintino ressalta a importância de a cliente sair do salão com a indicação da linha de manutenção profissional. “É fundamental usar cosméticos específicos, xampus suaves e sem sal, condicionador e máscaras bem hidratantes”, recomenda.

TODO DIA

Além de bons xampus e condicionadores, incluir o uso de produtos complementares, como CC Cream, que ajuda a hidratar os fios e ainda tem proteção térmica, um cuidado a mais. “É importante lembrar que, além do processo químico, o cabelo sofre agressões diárias devido à poluição, ao sol, ao vento, etc.”, lista Michael Ribeiro.

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UMA VEZ POR SEMANA
Utilizar máscaras hidratantes é vital. Gisele Quintino ressalta que fórmulas com ácido hialurônico e um blend de óleos, incluindo o de coco, têm efeito reparador e garantem ótimo resultado. Daniel Cintra ensina: “Ao aplicar no cabelo úmido e enxaguar, ela agirá como condicionador. Se retirar a umidade com a toalha, aplicar a máscara e aguardar alguns minutos para enxaguar, a hidratação será mais intensa”.

QUINZENALMENTE
Entram em cena as ampolas. “Elas têm pH bem baixo (3,5) e selam as pontas, ação que será resguardada se a cliente usar todo dia leave-in com proteção térmica e solar para formar um filme protetor ao redor do fio”, finaliza Gisele Quintino.

 

Texto: Carmen Cagnoni (edição de web: Patricia Santos)
Fotos: Shutterstock

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