Se uma cliente chega querendo alisar o cabelo (e ela usava formol!), como o profissional deve proceder? Como tirar essa química dos fios? Quais as substâncias mais indicadas para o alisamento?
O primeiro passo é fazer um teste de mechas para saber se o cabelo tem condições de passar por um procedimento químico, seja alisamento, coloração ou descoloração. Quanto ao formol, infelizmente não há como removê-lo, a não ser cortando o cabelo. Apesar de não ser incompatível com outras químicas, ele é muito prejudicial à saúde e seu uso como alisante é proibido pela Anvisa.
A exposição ao formol pode causar efeitos tóxicos durante e após sua aplicação, mas o uso prolongado também traz outros riscos ao organismo de clientes e profissionais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o formol é considerado uma substância cancerígena, enquadrando-se no grupo 1, com fortes evidências de carcinogênese em humanos e em animais. Os cânceres que podem ter relação com a sua utilização são o de nasofaringe e leucemia. Sua aplicação combinada ao uso de recursos térmicos provoca a evaporação do produto, ocasionando irritações cutâneas, oculares e respiratórias.
Vale lembrar que a legislação sanitária permite apenas o uso de formol em produtos cosméticos capilares na concentração de 0,2% como conservante, durante o processo de fabricação. Qualquer adição da substância em produtos já prontos é proibida e constitui-se em infração conforme a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.
Confira os três ingredientes permitidos e mais usados para alisar os fios :
Hidróxido de sódio – Conhecido como soda cáustica, é o mais potente por ter pH altamente alcalino, que abre as cutículas dos fios e favorece a entrada do produto para alisar. Exige habilidade do profissional pois, se mal utilizado, pode causar queimaduras.
Tioglicolato de amônia – É o mais usado para transformar a estrutura do fio, seja alisar, relaxar ou até enrolar, pois quebra as pontes de dissulfeto dos aminoácidos de cistina que dão a forma ao cabelo.
Hidróxido de guanidina – Tem o mesmo princípio do hidróxido de sódio, porém com menos chance de causar irritações. Exige atenção do profissional e teste de mecha por ser incompatível com outras substâncias.
Independentemente do ingrediente usado, o controle de concentração e o cuidado com a compatibilidade entre substâncias são essenciais para o bom resultado.